Um porto. A chegada

A estrada, o caminhar.

Entre a estrada e o porto, a vida.



quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Primeiras chuvas

Depois de muito calor, muita sequidão, muita fumaça, poluição e desitratação.... eis que a chuva, ditosa e bendita cai sobre a terra de uma Goiânia seca, com a graça de ser tranquila, sem grandes ímpetos, o que deixa tudo com muito mais sabor.
Abaixo, uma lembrança de nossa primeira chuva de 2010 (claro que não é a primeira chuva de 2010, mas a primeira chuva da estação de chuvas de 2010).

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

CAS-Vespertino Curso de Edição de Vídeo


Estes são os alunos do vespertino do curso de criação e edição de vídeos. Com eles usamos a mesma dinâmica de trabalho da turma do matutino. Como a idéia original é produzir material visual para trabalhar com a educação de pessoas com deficiência auditiva, trabalhamos a partir desta premissa e eles já tiveram que produzir um pequeno diálogo usando a lingua de sinais (libras).
Esta turma é igualmente mista e a interação entre todos os alunos e o apoio (a mim) está sendo fundamental.

CAS-Matutino Curso de Edição de Vídeo

Esta é uma experiência nova, não pelo curso, mas pela turma. Estes são professores do CAS (Centro de Apoio ao Surdo).O interessante é a proposta, o destino da aprendizagem. Os professores produzem material didático para o centro e, por isso a necessidade de fazer a edição dos vídeos.
A primeira aula, ocorrida nesta terça-feira pela manhã contou com 13 alunos e já se mostrou inusitada. É interessante como você se posiciona diante de um público diferente. Felizmente a turma é mista, composta de professores ouvintes, que conhecem e fazem a tradução para os colegas.
Bom, me senti um estrangeiro, falando uma lingua estranha e dependente de um tradutor. Mas os resultados foram positivos.... Já estou gostando e creio que os resultados finais serão fantásticos.

Curso 40h Colégio Alberto Nóbrega

Começou nesta quarta-feira, 29 de setembro o curso de introdução às tecnologias no Colégio estadual Alberto Nóbrega. Realizado no período matutino, o curso acontecerá sempre às quartas-feiras no periodo matutino.
Na foto, as alunas da primeira turma, incluindo a Diretora do Colégio, Professora Isabel.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Carta aberta

Esta foi uma mensagem que recebi e que pelo teor e significância, estou postando. Como educadores, quando uma mãe clama por uma resposta, creio que devemos nos incluir nas responsabilidades, infima que seja. Educar para o bem, educar para a vida. Creio que na busca por uma sociedade melhor, está em nós uma importante contribuição.

Essa carta foi a Christiane Souza Yared, mãe do jovem morto pelo deputado de Guarapuava, quem mandou para a Cissa Guimarães.

Querida mãe,

O que dizer nesta hora tão difícil? O que ouvir quando todos e tudo ao redor parecem sair de um enorme pesadelo e o ruído das vozes que se seguem mal chegam aos ouvidos?
Quando o ar não é mais suficiente e a dor da separação nos leva a sala de parto novamente?
Os dias que se seguirão, parecerão noites e as noites, dias sem fins.
Para cada momento uma lembrança e a ferida que não cicatriza, parece ainda mais exposta e vulnerável com o passar do tempo, dizem que o tempo é o melhor remédio. Creia, amada, ele é amargo demais.
Só há um lugar para onde ir, este refúgio que encontrei tenho tentado ensinar o caminho à outras mães, pois sei que o que nos foi tirado, nosso bem maior, o pequeno ser que embalamos, amamentamos, cuidamos e amamos, nada poderá traze-los de volta, sei que se chorássemos todas as lágrimas e gritássemos todos os gritos de dor que estão contidos em nossas almas, mesmo assim não seriam suficientes para trazê-los.
No primeiro momento tentamos achar o culpado, o rapaz que dirigia estava em alta velocidade. Certamente foi ele, mas e Deus?
Onde estava Deus que não viu o meu lindo moço de cabelos fartos e sorriso encantador, que envolvia todos com suas histórias deixando no ar a sensação de ficar após ter ido?
Porque Deus não fez algo?
Querida mãe, a primeira lição que aprendi, foi entender que Deus me amou e sua misericórdia resgatou meu filho no momento de dor.
Se há um lugar perfeito, onde deixaríamos nossos filhos este é nos braços do Pai.
Deus não interfere, nos deu um mundo para nele vivermos em harmonia e se existe um culpado, infelizmente somos nós!
Aceitamos todas as coisas e só nos importamos quando é o NOSSO filho.
Esta nação está ferida e ferida de morte, o sangue de inocentes está literalmente lavando o asfalto de nosas cidades.
Será necessário morrer um filho de cada família para que algo seja feito?
Nossos jovens estão sendo arrancados de seus lares e sua famílias estão dilaceradas com tamanha dor, o medo nos invade pois os que nos restam ainda, precisam viver neste país sem leis para assassinos de trânsito.
Até quando???
Não terá apenas um deputado que se importe e leve ao congresso as mães que perderam seus filhos nesta guerra horrenda e injusta?
Faltará espaço em Brasília, será maior que qualquer congresso já realizado.Nós somos as mães que prepararam seus filhos para servir a nação!
Meu filho falava quatro línguas, tinha duas faculdades, não usava drogas, não era chegado a bebidas, sempre usou o cinto de segurança, foi morto por um jovem deputado que estava em alta velocidade, embriagado e com a carteira com mais de 130 pontos. Foi decaptado, estraçalhado, moído, não matou apenas meu filho e seu amigo, matou a mim também.
Ensina a criança no caminho em que deve andar e até ficar velho não se desviará dele.
Não podemos apenas chorar, temos que nos unir e de alguma forma mudar o país em que vivemos, para que os outros filhos, os que nos restam, possam ter a oportunidade de viver.
Meu refúgio é Deus, meu porto seguro, minha esperança de rever meu amado.
Se Deus salvasse o seu e não o meu então seria um Deus injusto!
Se precisamos mudar e algo precisa ser feito, então faremos para que outras mães, não venham a sofrer a amargura da separação tão precoce de
jovens que antes enchiam a casa de alegria, e agora enchem cemitérios.
Querida mãe, sei que parece impossível mudar um país, mas tambem sei que um país é feito de famílias que desejam o melhor para seus filhos.
Um pai sonha os sonhos de seu filho desde quando nasce e vive como se fôssem seus.
Se é triste e inconsolavel a dor da perda de um filho, muito maior será nossa dor se não fizermos nada e perdermos novamente, e creia eu sei do que falo.
'Ninguém cometeu maior erro do que aquele que não fez nada só porque podia fazer muito pouco'
Se cada mãe, pai, família, cada cidadão fizer um pouco, teremos muito!
A justiça é para os vivos, os mortos não precisam dela!
E a nação ouvirá o nosso clamor...


Christiane Souza Yared